Demorou muito tempo pra acontecer. Cortava um caminho e logo pedia perdão. Gritando em desespero… Berros! Corrida em busca de chegada, não mais partidas. Só via a frente do mundo – muralha que divide, tempestade em copo d’água, livro de auto-ajuda. Este é o caos de quem acompanha a vida se machucando tanto
Inocência arrancada
Balde de fumaça
Sinal de ajuda
Recitou ao acordar uma velha canção. Sentiu no peito coisas que poderiam explodir em círculos ou afundar uma outra despedida. Algo não estava certo, o moço sentia. Sentiu tanto que sorriu, por fora bela viola, por dentro pão bolorento. A maré respirou, é agora ou nunca
Peso do mundo
Frio na intensidade
Acabou forçando a barra
Era um belo de um conselho. O moço aceitou o que queriam fazer desde muito tempo atrás. Ruptura ao se deslocar, braços que prendem, dentes que mordem sem dar trégua e um sumiço de ideais – maldade, bruxismo e escuridão. Aquele moço sofria com seus olhos estrábicos e perdidos, completamente sem rumo
Doçura escondida
Precipício muquiado
A liberdade acabou
No final da parábola, era o moço e o mundo. Sem mais meias vontades ou mentiras que adiam, sensações que só vão fingir, dores que maltratam… no peito, um silêncio. Desses que não existem em dicionário. Adiando, adiando, adianto… se perdeu no meio do caminho. Só assim pra se encontrar.
Igor Florim