Teve coisa que nunca disse e de tanto se calar, perdeu algumas vozes bem bonitas
(soariam até o fim do mundo)
Um dia caiu em si. Foi tempo de respirar bem profundo, pois nunca é fácil recuperar o que te enfeita pra me machucar: um belo teto de vidro. Desses que me faria ir até o fim do mundo pra quebrar um por um e escutar a última voz soada, depois de recolher tudo o que é meu e nasceu de dentro de mim
Foi como uma fenda
Fui vasculhando alguns lugares com a cabeça bem avoada e mesmo assim, trouxe muita coisa pra casa. E veio o tempo de mudar as coisas de dentro da nova casa – algumas experiências foram inacreditáveis. Me vi livre e forte como nunca me via e percebi que sempre fui. Os tempos do horizonte chegaram pro meu dia-a-dia
Demorei pra acreditar
O agora sempre pareceu chato demais, fardo demais, pesado demais. Eu vinha dizendo que nunca mais fui o mesmo, mas essa frase merece uma ênfase nesse tempo de agora. Tudo mudou. Tudo se fez diferente: das coisas que a gente acorda e fica sem entender. Talvez seja o medo, que sumiu. Tem coisas que mudam a gente
Fraqueza é força
Demorei tempo de mais pra entender muita coisa. Mas agora que entendi, acho que nunca mais desaprendo
Nunca estive tão feliz antes
Foi aí que tudo mudou
Nunca mais esquecerei
Continuei soando
(Até o fim do mundo).
Igor Florim