Era tarde da noite. Abri o notebook na mesinha laranja, arrastei a mesinha e a cadeira até a janela e me sentei. Era hora de escrever alguma coisa. Tenho escutado alguns lo-fi enquanto escrevo roteiros… tem me feito ir além. Mas hoje, ainda não consegui começar a escrever
Fiquei respirando o sereno da noite… o cheiro é de quando a chuva está por vir. Por alguns minutos contemplei também todo o resto: olhei para os móveis, paredes, luzes, cobertores da cama ao lado… olhei para as luzes da cidade, pro céu de São Paulo sem nenhuma estrela e respirei profundo mais uma vez
Tenho revisitado, nos últimos dias, antigas épocas da minha vida. Acredito que deixei alguns contos por lá e preciso resgatá-los pois por mais incrível que pareça, o tempo tem passado em minha vida. Não sou mais o adulto de 18 anos, já tenho 23. E sim, deixei muita coisa pra trás
E estas, não pretendo revisitar. Só considero olhar para os dias estranhos que já vivi – não é sempre que vamos dormir espantados com o dia que vivemos. Lugares, pessoas e a ausência delas, palavras… silêncio absoluto. Conheci uma galera incrível mas que não conseguiu ainda, lidar com tudo isso
E ficam por aí
Perdidos
Criando grandes remorsos
Que se arrependerão em breve
Também errei bastante
Fechei o notebook. Existem ciclos que precisam se encerrar. Se não, ficam lá… suspensos… até parar de existir pela sua total não-existência. Acho isso cruel demais e por isso resolvi adotar outros contos. A ideia cresceu tanto, que nunca mais parei de me expandir, fui além
Sem deixar nada no lugar
Fiz uma confusão, sem querer. Caos por todo lado. Só assim pra eu aprender. Agora sou eu quem se arrepende… e recomeça o mais rápido possível pra corrigir tudo o que há e então subir, novamente o mais rápido possível… quase que sem respirar. Fiz coisas de outro mundo, pra você que não viu
Resolvi ser eu mesmo
Pronto
Caos por todo lado
Mas agora eu aprendi a lidar. Aprendi muito bem.
Igor Florim
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