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Um daqueles tempos em que vida vem para mostrar muita coisa

Talvez seja a sua existência à suspirar: quem sabe um dia o amor seja o amor do futuro

E dando passos para frente, sinto todo o mundo que deixei para trás, desabar

Como se apenas estivessem de pé por minha sustentação

E sem ela

Tudo segue desmoronando

Mas foi assim que eu resolvi viver. Segurando apenas aquilo que é meu, ou que durante uma fase farei por outras pessoas, como uma boa gentileza

Mas nunca por tempo demais

Talvez aprendi como parar de me machucar

E na tentativa de estabelecer mais novos passos para frente, sem nunca parar, destruí e ergui intermináveis fortalezas com a minha própria coluna

Tudo apoiado em cima dos meus ombros

Notei que além das incontáveis rochas que estou deixando pra trás, inevitavelmente, também ficam muitas pessoas, lugares ancestrais e boas lembranças

Guardarei tudo comigo

E pessoas que ficam, que nosso saudosismo vire energia

Conexões só terminam quando ditamos seu término. Ou então, quando consolidamos uma despedida e um adeus

Então antes de ditar o sumiço futuro de alguém, perceba que o fim está sempre nas suas mãos. Pois se não, é fácil jogar a “culpa” naquele que foi embora

E não viu mais ninguém atrás

Ponto final dado por quem foi (livre) ou por quem ficou (imóvel)?

Existem coisas que nunca saberemos e o meio do caminho é o que o questionamento traz de melhor ao invés de uma sólida e concreta resposta

Já não existem mais pedras

Me libertei de quase tudo, por isso sigo em frente

E a dor nas costas que sempre senti por apoiar tanta coisa em mim, abriu espaço para belas asas

Olhe para o alto

E alce seu voo com toda a sua energia

Você sempre será aquele que foi embora

Voando

Voando com suas próprias asas.

Igor Florim

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