Este é o conto do alto mar
Quando criaram coragem o bastante para sair em uma viagem sem volta. Cujo o rumo poderia levar à um abismo de pixels. Nunca antes foram tão longe numa partida
E sumiram de vista
Aos corajosos que partiram, todo o ouro e terras aparentemente infinitas de tão vastas
E aos medrosos que não partiram, apenas a lembrança daqueles que se foram e morreram
Talvez todo ponto de vista mereça ser pensado antes de ser dito. Ou se não quiser pensar
Depois não venha pedir desculpas
No mar tudo estava calmo. Há semanas num trajeto tropical de leves correntesas e tempestades de verão que duram poucos minutos e só refrescam o bom tempo
Fizemos sinal de chuva um dia desses
Mas nada caiu dos céus
O capitão daqui talvez nunca foi marinheiro de verdade. Querem joga-lo pros tubarões das manhãs. Mas eu já disse para que não contem comigo pra expulsar marujo nenhum
Parece que ninguém tem nada mais importante pra fazer
Vão joga-lo mesmo assim
Acordamos com uma briga próximo à cabine só porque
Não sabiam comandar o navio
Fechei os olhos para não me estressar com a hipocrisia das ações imediatas. O livre arbítrio que faz tudo mudar de rumo
E não ser mais possível voltar atrás
Foi assim que ferramos tudo
E as divisões sociais continuam divididas
Eu também não sei como pagar o que eu devo
Mas o navio não vai parar só por isso
No fim, meia dúzia de homens foram jogados nas semanas seguintes. O meu vizinho de quarto foi um deles
Ele se escondia demais
Mataram o coitado pelo sumiço
Morreu pros olhos da criançada
Mas seguia em viagem, mais forte do que nunca. Rumo à terras tropicais
Coisas grandes vão acontecer
E se eu te contasse, você não acreditaria
Este sempre foi o seu erro.
Igor Florim
Bom ler poetas como vc, Igor.
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obrigado, diego! obrigado!
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