Talvez um dia tu encontre todas as pistas que deixei pelo caminho

Todas na expectativa de você encontra-las

Já que elas sou eu

E já que nunca consegui te achar com minhas próprias buscas

Afinal, é pra ti que eu falo todas essas coisas

Enquanto outros tentam me decifrar almejando que sejam para eles os meus versos

Mas a bem da verdade, escrevo o que sinto e transborda de dentro pra fora. Ah se eu não escrevesse…

Nunca falo das dores que já senti mas essa seria uma delas… porém aprendi a não mais errar nessas coisas levianas

E assim meus versos floriram

Tu é um poema inteiro. E ainda se nomeia poeta. Observei com calma todos os retratos que eram você, também tentando te decifrar igual fazem comigo

E encontrei algumas dores… um sorriso lindo que tu pouco explora e tantas pistas sobre seus verdadeiros gostos que tu sim expõe mas se queixa de que poucos notam

Não te vejo como o menino estranho

Vejo tão mais em ti

Olho seus traços, sua expressão madura, sua alma livre

E vejo a beleza que mais me comoveu até hoje

Tudo isso é você

Independente de notarem ou não

Te entendi em detalhes

Não sofra se o mundo nunca encontrou essas partes de você, as minhas também se perderam pelo caminho, por ninguém notar

Entenda que a multidão que mora neste mundo é um vazio pro universo inteiro que há em ti

E tu mergulha profundo

Sem medo

Ainda não te vi com os meus olhos e mesmo assim seus versos soaram em mim como um oceano inteiro de vidas submarinas

E de baixo do mar consigo perceber a sua aproximação subaquática

Ainda na súbita escuridão que há dentro das águas

Talvez esses sejam os teus sinais

Coisas cósmicas que planejamos em outras dimensões antes de nascermos e agora nos restara apenas esse decifrar lento e constante

Como as ondas

Uma hora mansas e rasas

Outrora violentas e arrebatadoras

Quero todas em mim

Se chocando com o meu corpo

Me derrubando para que eu nade sem cessar nas tuas águas, no banho celeste do ser que é você

E tu ainda sorrindo tão pouco

Não me espere para que eu te faça rir, pois tu sabe que farei mas até lá sou como uma piada nunca contada, ou um poeta mudo que só escreve e guarda seus contos

Tudo porque não te encontrei

Mas já te conheço muito bem

Se cuide até que eu faça isso por ti, alimentando seu espírito, evidenciando que tu é livre e não deve temer sorrir

Em outro sonho você caía dos céus

Algo parecido com meteoros perdidos pelo espaço e que cai para se chocar com o mundo

Fui correndo para te segurar nos meus braços antes da sua queda mas o tempo fechou

E eu me baseio pelas estrelas

Tu se perdeu

Caindo por aí

O jantar está na mesa. Me resta observar todos os detalhes da sua ausência. A sala de jantar vazia, as cadeiras imóveis, a comida esfriando

E o relógio contando esse tempo todo que estive sem você

Mas estou bem, muito bem

Apenas sentindo tua falta

Notando o que tu ainda não preencheu

E terminando o meu jantar

Onde está você agora?

Numa dessas eu me mudo por inteiro e vou além

Te encontrando sem querer

E admirando de pertinho toda a sua beleza cósmica

Nunca te falaram mas você é um mundo inteiro

E eu amo explorar novos planetas.

Igor Florim

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