
O universo é um reino mágico
Tão maior do que imaginamos
E nesses renascimentos, encontrei um mundo lindo como a terra
Repleto de velhos amigos
Mas uma tristeza é a corrupção daquele lugar
Era a sina do ser que eu sou
Justo num mundo onde não conhecem justiça
Já morri muitas vezes pela minha boca
Gritando verdades universais que os governantes tentam acobertar
Mas sempre irei renascer
Sempre irei falar
E voltarei aqui eternamente até que tudo mude
Nunca temi a morte
Então jamais deixarei de voar
Sou a liberdade que há em mim
E luto pelos que sofrem com a falta disso
Liberdades
É triste o que fazem com as castas indignas
São tratados como os animais do planeta terra
E coitados de ambos
Porém aqui eu nasci numa pobre família
Transeuntes ou nômades
Com suas bicicletas mágicas cheias de muito tecido
Sobrevoando rios
Cortando cidades
Mas com o tempo, nem todos os agregados conseguíam mais voar
A energia vai ficando baixa
Vão perdendo a esperança, se afastando cada vez mais do ser cósmico que são
E praticamente morrem, mesmo que ainda vivos
Não os julgo. Você não sabe como é alucinante sobreviver aqui
Portanto resolvemos nos deslocar pelo chão, pela defesa destes que amamos
Velhos sem poderes e jovens voadores destemidos, enfrentando os governos
Porém houve um próximo pedágio em que eu já não consegui me conter
Cobravam propina ilegal
E eu era um advogado celeste
Cobrando justiça pelos mundos que reencarno
E aos leitores que vinculem isto ao espiritismo, pelo amor de Deus, não estou falando de religião alguma, nunca
O espiritismo começou ontem no planeta terra então pesquise quando essa informação, reencontro ou lucidez surgiu neste mundo em que me leem
E ali coloquei a lei na cara deles, naquele pedágio
Ficaram irritados
Mudos diante de uma pessoa falante
Portanto ilegalmente me deram voz de prisão
Os corruptos só usam as leis quando os favorecem
Tudo aqui está corrompido
Tive que sair voando
Meus amigos e familiares foram mais espertos e sabiam que eu sairia disso
Então quando notaram, eles já estavam bem longe
E eu nos céus
Gritando – adeus, meus amigos
Aquela cena partiu o meu coração
Todos abanando a mão para mim que agora era um foragido da lei
Voei com maestria buscando outras paradas
O mundo contemplava um lindo final de tarde, depois de muita chuva
Do alto, naquele mundo sagrado, observava o chão molhado, o céu iluminado e meu espírito vivaz entendeu que logo eu teria que partir de verdade
Portanto voei, solo, pensando no mundo e em todos aqueles amigos que nunca desistiram da locomoção
E mesmo no pior dos cenários, sempre estão seguindo em frente
Não temem a morte, já que podem morrer a qualquer momento
E virar alimento de famílias ricas
Fiquei pensando nos mais fracos que eles carregavam em suas bicicletas
Minha pura família
Sempre pedalando
E sorrindo
E cantando
Um dia a injustiça dos mundos acabará
Talvez seja tudo criação dos humanos e apenas vivemos na corrupção que plantamos
Mas há quem não mereça nada disso
Seja no mundo que for
As castas mais pobres
Era um planeta de contrastes, mais do mesmo neste universo
Com fronteiras que limitavam os homens pelo dinheiro que possuíam ou não
Neste céu vejo outros mundos
Pena que não posso voar até lá
Dizem que estão todos em guerra
Menos um. Contente com suas grandes luas. Protegido por energia cósmica
Porém por mais que eles tentam ajudar o povo das outras esferas, eles nada podem fazer
Tudo é opção nossa
A soberania de cada mundo
O livre-arbítrio de cada povo
Insistindo na dor
Ou se libertando na felicidade plena
Temos muito o que aprender
Porém neste voo, lembro de tudo o que vivi até aqui
Meu peito parece uma explosão contida
Podem atirar em mim por esses céus a qualquer momento
Mas eu não vou desistir, vocês sabem disso
Logo a noite cai e eu encontro um templo abandonado nas montanhas
Guardarei todos os meus objetos para que meus parentes e amigos encontrem um dia
E voarei o mais leve possível
E se um dia eu conseguir um capacete de respiração, juro que atravesso a atmosfera e me jogo no espaço sideral
Rumo ao planeta feliz
Queria levar os meus amigos e parentes
Mas já morri muitas vezes por sair voando e levando todos eles nas minhas costas
Ia perdendo altura devido ao sobrepeso
Até que todos nós fossemos mortos pelos assassinos corruptos daqui
E um dia tudo será diferente
Mas acho que depois dessa vida, precisarei encontrar um mundo de maior calma
Não quero morrer outra vez em vão
Sou a justiça quando estou vivo
E irei de mundo em mundo, libertando todas as almas que alçarem voo comigo
Esta é a minha magia
Este é o libertário que eu sou
Voando alto
E sentindo a dor da despedida
Eles são boas e corajosas almas
E eu ainda voltarei para resgata-los
Tenho todo o tempo do mundo
E o guerreiro que eu sou nunca irá desistir da vida ou da minha essência
Livre
Sagaz
Voador.
Igor Florim
Top! Parabéns pela inspiração!
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Que belas palavras. Gratidão por seus textos!
Bem haja,
Sara
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obrigado pela leitura sara! que bom que gostou! vlw
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