
É a frase que eu repeti sem parar para mim mesmo
Meus olhos molhados, a garganta apertada
Talvez vocês não entendam mas muitas coisas aconteceram
E o mundo estava lá
Conheci tudo
E nessas andanças poucos souberam de grandes oportunidades que apareceram
A vida é uma montanha-russa
Bom sinal
Talvez isso seja então um jogo
Mas eu só não queria agir naquele dia. Eu precisava de um descanso
Ou pelo menos é o que eu julgava para mim
Porém, eu vou mesmo assim
Com os olhos entregando a dor de dentro e os passos arrastando o meu corpo de fora
As pessoas me olham
Fui vendido
Fiz uma figuração de publicidade durante doze horas
Ganhei cinquenta reais
Que bom. Mais um dia trabalhando
Seguirei assim eternamente
Mas fico lembrando desses outros dias
Do extremo oposto
Quando eu fui repetidas vezes protagonista
Não que o importante esteja em ser príncipe
Mas foram belas vivências
E os quase
Quase
Quase é um finalmente com atraso
Ele quase existiu
Precoce demais para a vida
Somos agressivos aqui no mundo
Então eu fui eu mesmo
Convicto de um caminho que é tão maior do que eu idealizo
E que tudo já é
Tudo já existe
Tudo já se estabeleceu
Mas o processo é uma escola
Entediante de vez em quando
E o tédio é revolucionário
Ou os alunos que são apressados
Então vou contemplar mais
Pois o futuro só não chegou por decisão própria
Me preparei para o sublime
Estudando o que tive preguiça de aprender
Revendo
Quebrando
Estou em crise
Numa complexa desconstrução
Por favor me ajudem
Atinjam no meu corpo todas as suas pedras
Descarreguem o seu ódio
Mas de uma vez por todas, finalizem essas agressões
Seus atos marcam peles
Tem gente passando fome
Me agrida
Tente me ferir
Ou o faça. Me machuque!
E olhe bem no fundo dos meus olhos para entender que sua maldade acabou
Irei me recuperar instantaneamente
É por isso que eu estava parado
Quase morto
Num complexo transe existencial
Sentindo
Racionalizando
Matando muitas coisas em mim
Para ter tempo o bastante oferecendo muita vida como revigorante vital
Estou vivo
Embora nem sempre tive forças para viver bem assim
Mas agora estou vivo
Os medos se foram
Os inimigos também
A Babilônia cai
Lentamente cai
Parece que o mundo quer recomeçar
Os jovens quase afogados batem seus braços, sobem para a superfície
Sugam muito ar
Gritando em mar aberto
Usando sua laringe em cantos de sereias
Eles irão mudar o mundo
Nadaram muito
E não há mais água para nadar
Só superfície
E agora gritam: podemos boiar! vamos atravessar o mar!
Encontram continentes
Constroem torres
E a babilônia caindo
Vieram salvar o mundo
Quando um índigo se estabelece o mundo evolui junto
E quando um cristal se corrompe, digamos que isso não é bom
Muita coisa fica corrompida junto
O mundo parece ser isso agora
Ilhas
O Brasil mesmo, é uma ilha
Iludidos brasileiros
Mas um dia aprendem
Ah como eu me iludo
Mas daqui eu não saio
Quero me preencher de Brasil
E por mais tempo que eu passe em outros pedaços do mundo, todos são só passeio
A minha casa é o Brasil
E hoje eu sei quem eu sou
Qualquer questionamento desses hoje em dia não existe mais
Passe uma borracha
Em tudo
Nessa narrativa
Na sua vida
Sinta como recomeçar
E por que não viver assim?
Recomeçando
Estou respirando tanto
O meu dia é o meu prazer de vida
Quero vive-lo ao máximo
E peço perdão aos dias perdidos
Na escuridão de momentos que escondi
Perdido de olhos fechados na minha própria vida
Apenas sentindo dores
Ouvindo conselhos sagrados
Sendo guiado
Eu só quero ter a oportunidade de viver mais um dia
Muitos contos precisam ser escritos
Muita coisa precisa ser feita
Todos os dias
Invicto
Sagrado
Oportuno.
Igor Florim
“Eu posso ser mais”. Sumidão assumido. Obrigada pela visita. “Quase é um finalmente com atraso.”
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