
Tudo parecia igual sempre foi
O ar noturno tão gelado, aquele breu nos céus e outra mesmíssima noite para a minha conta
Mas era a última falta de sol nos céus daquela região
A partir daquele dia ninguém nunca mais aceitou coisas do passado
Meu peito doendo sem você do meu lado
E já são quase três da manhã
A noite em seu ápice, você me ligando pra que eu falasse mas ninguém mais me ouviu
Segui voando pela rota 22 dos céus
Foi o trajeto mais fiel da minha vida
Voo constante que de tanto voar faz cair a ficha de que eu nunca mais irei levitar assim
Com esse meu corpo endereçado
Todos me conhecem por esse formato
Minhas outras formas fui sem querer deixando de lado e o tempo tem dessas coisa,s meu amor
É coisa do tempo isso de esquecer do passado, do corpo que eu tive, desse nosso velho amor arquivado
Meu bem, quando ler esta carta saberá que cruzei todos os céus sozinho
Este foi o meu martírio, o de morrer ainda em vida
Hoje voo morto pelos céus, atravessando o noturno breu especial deste planeta
Me chamam de estranho mas desconhecem o tanto que eu voo mesmo com lama nos pés
A partir desse momento eu nunca mais aceitei a morte gradual, aquela que me matava vivo
Eu sentindo frio
E foi voando que entendi em mim esses riscos que eu tanto me metia
Talvez seja em breve o nascimento do sol
Há quanto tempo eu não te vejo
Sei que tentou ligar no meu antigo número de telefone pois carreguei a bateria e haviam 22 ligações suas
Todas ignoradas pelo meu formato off-line
Foi urgente a mudança, tive que me mudar
Não havia mais ninguém me esperando, nenhum novo mar
E no meu último voo noturno era eu cruzando os céus e observando tudo ao meu redor
Talvez pela primeira vez
No meu último voo
Te encontrei me ligando
Você pegando o telefone na mão, desesperado para me contar os últimos segredos do seu sucesso
Porém eu não te atendi
São cenas interestelares que contemplo
Essas fendas no tempo
O meu deslocar ainda tão violento
Esse meu último voo é um pedido final. Um suplício moral ao Igor
Desperte tudo o que sente
Hoje em dia ninguém faz isso
E eu morrendo por também não fazer
Estou desacelerando
Já vejo o sol que se aproxima do horizonte
Ele vai nascer e eu vou junto
Renascido
E foi tão bom
Cansei de ouvir sobre o seu dia
Não entrarei em nenhuma outra caverna depois dessas todas da minha vida
Querem-me assim, lunar
Mas sou tão sol que é o meu peito me guiando
E um agradecimento na minha alma por não ter pousado antes da hora
Cruzei os céus, note a minha vitória
Aprendi a voar bem cedo
Contam por aí que sou violento
Mas estes nunca souberam me amar direito.
Igor Florim
Fantástico
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Belo texto!
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Belos voos renascendo. 🌻
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Essa Matéria Aí
Tá Iradoooooo
Gostei
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