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Fragilidade era uma palavra muito forte para ser usada assim. Numa velha coleção de histórias acrescentou à todas que se movessem aos caixotes por puro desprazer em ver (por dentro). O horror de ver só de um jeito. Tanto muro que nunca mais seria leve. Fincou no chão e a raiz apodreceu. Em cada pequena luz muita coisa se limitava. Alguns presos e outros perdidos (sem perspectiva nenhuma). Tudo o que poderia ter te libertado junto comigo, te prendeu mais ainda. Você ficou pra trás. Acho que nunca te esqueci.

Quanto rabisco naquela vida… todos esvaecidos em improvisos de todo o tipo. Ao acordar, no trabalho, no almoço e antes de dormir. Tinha manias esquisitas que fazia questão de manter (quase igual mantinha o muro que se apoiava nas suas costas). Muito peso dentro de si não o deixou se enfrentar. Se levou muito à sério que acabou perdendo a piada, a risada, o maior companheiro que já me dediquei ser a alguém. Passou… também passei. Correndo paro só quando quebro o pé. Foi fratura exposta. Fiquei ileso.

Talvez a não coragem do antigo personagem de ferro da minha vida, tenha o feito perder todas as espadas. Seus escudos eram fracos demais e sem poder de ataque, foi caindo, caindo, caiu bem feio no chão. Não levantou mais. E por conta do passar do tempo, não falamos mais a mesma língua… tudo se embolou, confundiu e não compreendeu. Nunca mais. Olharam bem no fundo, olho por olho e mesmo assim nunca acharam. Mesmo tão distante você ainda lembra! (Eu sei que lembra). Mande notícias… todas tortas, por favor.

Essa noite eu te encontrei nos meus sonhos. Cavalo solto e seu solilóquio correndo com toda a velocidade que agora tinha… desapegado, desobediente. Você era quase eu, outra vez. Se encontrou no que era meu e só ficou. Agarrado em líquidos que escorrem pelo corpo (derreto). Resolvi me afogar mais uma vez, afundar profundo, parar de respirar no oceano que continua intacto e imóvel. Era um mundo à parte e tinha tudo em suas mãos… nada conseguiria escorrer. Não mais. E ainda sentia tudo (ao mesmo tempo).

Nunca mais nos veríamos

Passou tão rápido

Morremos distantes de nós mesmos

Igor Florim

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