
Talvez nos dias em que escrevo, que são quase todos, eu esteja num péssimo dia
Daqueles em que acordei, trabalhei, me arrastei sem entender muita coisa e quando vejo, o dia vai acabar novamente
E é o momento em que eu preciso existir de verdade, escrever com toda a minha malícia e maldade
Me livrar de rimas sujas que não descem pela minha garganta mais
Estive tanto tempo só, que me encontrei profundo nesse solo da minha vida, lembrei de quem eu sou
Eu preciso melhorar, mesmo na alegria em que eu vivo, não me deixo afogar, nadando sempre acima da correnteza
Lutando bravamente
Eu sou um guerreiro sagaz
Um dia há quase sete anos atrás, eu finalizava o último ano do ensino médio. Era inacreditável imaginar que eu não iria mais para aquela escola que eu estudei por apenas onze anos seguidos da minha vida. Olhava para os meus amigos e todos também desacreditados
Até que nos últimos minutos, falávamos sobre o futuro e o quanto queríamos agarrar tudo o que estava para chegar
E escutei assim, de graça, de uma amiga que muito sinceramente lidava comigo (e vice e versa): Você vai conseguir tudo o que quiser na vida e você sabe disso. Você sempre tem muita sorte e é o mais esperto!
Eu não esperava ouvir isso
Geralmente estamos preparados pro combate, pra defesa, pro revide
Mas sorri o quanto pude
Fiquei realmente feliz
Eu sempre acreditei que as coisas só dão certo
E vi grandes metas se realizando ano após ano, num lento deslocar do tempo, hoje a noite vou dormir ao relento
Eu preciso pensar, raciocinar a vida, relembrar de quem eu fui um dia
Lembrar dessas coisas que me davam força, o vivaz não pode errar, eu nunca cansei dessas coisas
Dei infinitos passos em silêncio. É engraçado observar o que interpretam de ti, quando não veem coisa alguma
Pensaram tantas coisas e eu produzindo todas as coisas
Cansei de falar sobre o que eu vejo pro futuro
É ruim demais hablar desses conceitos
Não compreendem o olhar alheio, todos físicos, precisam ver para crer
Mas não veem coisa alguma sobre si
Eu sempre vejo o que está por vir
São tão sólidos como o concreto que não se puseram a perguntar nada para nenhum espírito, nenhum dia se quer
Os centros de umbanda todos lá, abertos, médiuns talvez simples e honestos
Morreram sem perguntar nada, sem questionar nada, não quererem ouvir nada, conheci muitos sábios demais para isso nesse mundo em que habito
Mas isso é coisa deles
Eu fiz questão de perguntar e ouvir todas as coisas
Não precisei acreditar em nada. Mas eu ouvi. Sem tabu, sem receios, sem emoção fora de contexto
E tu mentindo o ano inteiro
Ninguém entende as suas regras
Tu se perdeu
Porém não se entrega
Parte disso também é o que eu sou
Esse anjo caído
Um cara que se afastou de quase todos para estar apenas consigo
Funcionou
Por hoje, eu sou o meu amigo, o corpo eu habito agora é novamente tudo o que eu sou e sinto
Esse ser completamente vivo
De maneira inédita
Nunca antes ou depois eu fui ou serei novamente assim, apenas estou sendo esse cara feliz
Esse foi um fim pra mim, aceitar revoluções, lutar mais bravamente, tudo por mim
Não é mais problema meu os que quase não me veem, eles nunca souberam quem eu sou
Estou ao relento, feliz
Hoje a noite não chove por aqui
Sempre que eu escrevo muitas coisas acontecem
Porém nenhuma delas é você, tão distante dessas minhas terras
Nosso tempo se desencontrou
Sinto sua falta
Esse clima todo é sobre novembro ou outubro, a época do tempo mais louco nesse mundo
Foi assim que eu lidei com alguns amores mal resolvidos: mudando de assunto.
Igor Florim
Bravo☺️
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“Por hoje, eu sou o meu amigo, o corpo eu habito agora é novamente tudo o que eu sou e sinto”, Muito bom poder ler algo tão profundo e visceral. Parabéns!
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Tá nc
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Republicou isso em REBLOGADOR.
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Singular! Muito bom!
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